O Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS) ultrapassou pela primeira vez em março o valor de 18 mil milhões de euros. Segundo os dados citados pelo Jornal Público, só nos últimos 3 anos (entre o final de 2015 e o final de 2018) o fundo foi reforçado em 3,3 mil milhões de euros.
Para este valor recorde foram decisivas as fontes alternativas de financiamento da segurança social introduzidas pela maioria de esquerda, ou seja, as novas receitas que não dependem diretamente do mercado de trabalho. Entre estas fontes alternativas destacam-se o adicional ao imposto municipal sobre os imóveis (AIMI), criado em 2017 e que incide sobre património imobiliário de luxo, e uma parcela da receita do IRC consignada ao FEFSS.
A contribuir para o reforço do fundo esteve também a recuperação do mercado de trabalho, onde os 350 mil empregos criados nos últimos 3 anos resultaram num aumento significativo das contribuições (em fevereiro registaram mesmo a maior subida desde 2001, mais 8,3% face ao período homólogo do ano passado), assim como os excedentes da própria Segurança Social, que foram de 1477 milhões em 2017 e 1500 milhões de euros em 2018.
Para se ter uma ideia da grandeza atual da almofada disponível para o sistema de pensões, segundo os números citados pelo Público, 18 mil milhões de euros correspondem a 8,9% do PIB português. Esta evolução vem confirmar os dados apresentados no Orçamento do Estado para 2019 onde se estimou que, desde o início da legislatura, o sistema providencial da Segurança Social já foi reforçado em mais 19 anos.