A notória desorientação da oposição face à política da maioria parlamentar de esquerda tem levado a direita a mínimos históricos nas intenções de voto. De acordo com o inquérito da Aximage para o Correio da Manha e para o Negócios, os partidos da direita somados recolhem agora 29,2%, menos 10,6 pontos percentuais que no início da legislatura. É preciso recuar a 1976 no caso do PSD e a 1991 no caso do CDS para encontrar resultados eleitorais ao nível desta sondagem.
O sucesso cada vez mais evidente da maioria de esquerda nota-se também na soma das intenções de voto de PS, Bloco e CDU. Juntos alcançam já 61,2% das intenções de votos, mais 10,3 pontos percentuais que quando o governo iniciou funções. Assim, a diferença que separava os dois blocos era de cerca de 11 pontos percentuais tendo subido agora para 22 pontos percentuais.
Se nos barómetros anteriores a queda da direita se deveu ao PSD, neste mês é a queda de 0,8 pontos percentuais do CDS que atira a direita para mínimos. À esquerda, este mês o PS subiu 1,3 p.p. de ter estado estável nos 42% desde fevereiro. Em contrapartida, o Bloco de Esquerda que tinha subido 1,6 p.p. desde fevereiro recua agora 0,3 p.p para 9,7%. O PCP tem apresentado uma progressão mais estável no tempo indiciando uma ligeira mas sustentada subida tendo neste último mês subido mais 0,1 p.p. para 7,8% das intenções de voto.
Também na comparação dos perfis para primeiro-ministro a direita tem vindo a perder de forma muito pronunciada. Este mês, quando confrontados com a escolha entre os líderes dos dois maiores partidos, 69,1% dos inquiridos afirmou preferir o atual primeiro ministro (+2,9 p.p.) e apenas 22,2% indicou preferir Passos Coelho (-1,1 p.p.). Este dado ilustra mais um dos problemas de Passos que vê António Costa recolher (face ao líder do PSD) preferências que vão para lá da soma dos partidos da maioria parlamentar.
